Thursday, March 10, 2011

O Podcast para aprendizagem de línguas


Na Duke University e na University of Washington os alunos usam iPods para ouvir podcasts nos cursos de línguas. Chinnery (2006) refere que o uso de podcasts proporciona aos alunos uma autêntica experiência cultural na aprendizagem de línguas. Como mostram alguns estudos (Singh & Bakar, 2007), há uma variedade de dispositivos móveis (telemóvel, PDA, Leitores de MP3 e de MP4) que podem ser usados para ouvir podcasts e facilitar a aprendizagem de línguas. Godwin-Jones (2005) relata vários exemplos de experiências, em escolas, com podcasts para aprendizagem de línguas, como o PIECasts, que entre outros usos possibilita a revisão de vocabulário, audição de exercícios e entrevistas com falantes nativos.
Num estudo realizado por Moura e Carvalho (2006c), com alunos do ensino secundário portugueses e belgas, no âmbito do projecto eTwinning, foram introduzidos podcasts no apoio ao processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos curriculares da disciplina de Francês. Ambas as turmas mostraram satisfação na utilização do podcast como recurso educacional e reconheceram-lhe valor pedagógico.
Amemiya et al. (2007) realizaram um estudo usando um sistema de aprendizagem de palavras estrangeiras baseado em iPods. Os resultados mostram que, duas semanas após o início do estudo, os participantes que usaram o sistema assimilaram 40% das palavras em inglês, em contrapartida, os que seguiram o método convencional de papel e lápis apenas assimilaram 27% das palavras. Este sistema revelou-se eficaz na aprendizagem de palavras estrangeiras. No entanto, os autores consideram que é preciso trabalho futuro tendo em consideração a propriedade de cada palavra (abstracto versus concreto; nome versus adjectivo), visto que um determinado método pode ser adequado para algumas palavras, mas não para outras.
Allan (2007) realizou um estudo sobre podcasts para apoiar a aprendizagem de línguas. Um dos objectivos era explorar ficheiros MP3 para melhorar o estudo de textos escritos (poesia de Goethe), o outro objectivo era explorar várias formas de usar o podcast para apoiar os alunos nas aulas de língua, tanto na tradução, como na gramática. Assim, os alunos podiam ouvir os podcasts directamente na Web (iTunes) ou descarregá-los e ouvi-los no computador ou leitores de MP3. Os dados recolhidos por entrevista e focus group mostram que os recursos de poesia foram recebidos positivamente e extensivamente usados. Tendo a maioria dos alunos referido que ouviram os ficheiros offline directamente no computador, foram poucos os que os descarregaram para o leitor de MP3. Embora os autores também tivessem encorajado os alunos a criar os seus próprios ficheiros mp3, como complemento a tirar notas, este aspecto não teve tanto sucesso como o esperado, em virtude dos custos associados.
Edirisingha et al. (2007) realizaram um estudo sobre os benefícios da integração de podcasts, em regime blended learning, num módulo do primeiro ano, da disciplina de Inglês, na Universidade de Kingston. Embora o podcast fosse uma tecnologia nova para a maioria dos participantes, o estudo demonstrou potenciais benefícios para os alunos. Este estudo forneceu também um modelo de características dos podcasts que pode ser um complemento formal dos alunos no processo de aprendizagem. Os podcasts podem ser mais um acréscimo útil para a gama de ferramentas disponíveis.
Chang et al. (2008) exploraram o uso de podcasts para apoiar a aprendizagem de inglês como língua estrangeira (EFL – English Foreign Language). Estes autores construíram um modelo de investigação para estudar como os factores chave por eles definidos influenciaram as intenções dos alunos em adoptar os podcasts. Segundo estes autores, a validação do modelo e os correspondentes resultados do estudo podem ser referenciados por professores de EFL, administradores e decisores no sentido de integração de podcasts no ensino. Todavia, consideram haver necessidade de mais estudos sobre vários aspectos do potencial do podcast em EFL, no futuro.
Armbrecht (2009) descreve uma aula de literatura francesa em que os alunos criaram podcasts de vídeo (vodcasts) de dez minutos para analisar um filme francês, desempenhando o papel de comentadores do filme. Através desta tarefa os alunos desenvolveram a oralidade e a escrita da língua francesa e reforçaram ainda as suas competências analíticas e técnicas. As conclusões mostram que os alunos melhoraram o uso da língua francesa.
Menezes e Moreira (2009) realizaram um estudo com podcasts na aula de inglês com alunos do 7º ano de escolaridade. Os podcasts serviram como complemento das aprendizagens e como forma de promover a utilização dos dispositivos móveis dos alunos (telemóvel e leitor de MP3). As conclusões mostram que os podcasts foram bem aceites pela maioria dos alunos, encorajando o seu uso em práticas de apendizagem de línguas estrangeiras.

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